OE2026 e IMT Jovem: as novas regras que redefinem a compra de casa pelos jovens O Orçamento do Estado para 2026 reforça os incentivos à compra de habitação, especialmente para jovens até 35 anos. O limite de isenção total de IMT sobe para 330.539 €, e o escalão seguinte (taxa de 8 %) passa a 660.982 €, ampliando o alcance do programa IMT Jovem. Quem não se enquadra neste regime passa também a... 08 out 2025 min de leitura OE2026 e IMT Jovem: as novas regras que redefinem a compra de casa pelos jovens O Orçamento do Estado para 2026 vem confirmar que a habitação continuará no centro das políticas fiscais com mudanças que beneficiam, sobretudo, os jovens compradores. A proposta contempla uma atualização nos escalões do IMT Jovem, novas isenções para quem não está enquadrado nesse regime e reforços no investimento público em habitação. ✅ Principais novidades Escalões do IMT Jovem atualizados +2% O limite de isenção total sobe de 324.058 € para 330.539 € — uma subida de cerca de 6.500 €. Isso significa que os jovens que comprem casa até esse valor ficam isentos de IMT, Imposto do Selo e emolumentos. O escalão seguinte, tributado a 8 %, passa de 648.022 € para 660.982 €. Ou seja, entre 330.539 € e 660.982 €, aplica-se taxa de 8 % apenas nessa parcela. (Até 2025, qualquer valor acima de 648.022 € deixava de beneficiar alguma isenção.) Isenção de IMT para valores mais baixos fora do regime jovem Para quem não se qualifica para o IMT Jovem — por ter mais de 35 anos, já possuir imóvel ou não cumprir requisitos — haverá isenção total de IMT para habitações cujo valor de compra não ultrapasse 106.346 €. Esta medida abre uma janela para muitos compradores de média dimensão que, até agora, estavam sujeitos ao IMT desde valores muito baixos. Orçamento robusto para habitação pública e reabilitação urbana O programa de Infraestruturas e Habitação absorve a maior dotação orçamental do OE2026 — cerca de 5.841,1 milhões de euros — representando 33,8 % do total orçamental nacional. Desse montante, cerca de 1.200 milhões de euros serão canalizados para políticas habitacionais, com destaque para programas de habitação acessível, reabilitação do parque existente e construção pública. Estão previstas 59 mil habitações públicas, 12.000 fogos a preços acessíveis e mobilização de património público devoluto em projetos de arrendamento. Críticas à execução e limitações previstas Especialistas apontam que, embora as medidas sejam bem-vindas, faltam clareza e estabilidade no desenho operacional. Por exemplo, o teto de 648 mil euros para aplicar o IMT a 6 % e as rendas limite para arrendamento moderado são vistos como demasiado rígidos e desconectados da realidade urbana nas grandes cidades. Também se questiona até que ponto o Estado terá capacidade de, sozinho, promover a execução das 59 mil habitações prometidas, sem envolver fortemente o setor privado com regras claras e alinhamento de incentivos. 📊 Exemplos práticos de impacto Uma casa avaliada em 600.000 €: em 2026, paga-se 0 % até 330.539 €, e 8 % sobre os 269.461 € restantes. Para compradores de imóveis até 106.346 €, não haverá IMT mesmo fora do regime jovem — uma ajuda que pode facilitar a compra para muitos casais ou famílias com rendimentos médios. Promotores que projetem edifícios para venda dentro dos limites permitidos (até 648 mil ou conforme critérios de reabilitação) poderão beneficiar de construção mais competitiva em termos fiscais. 🎯 O que estas medidas significam para o mercado imobiliário Fortalecimento da procura jovem: muitos que hesitavam por causa dos custos de IMT verão agora uma margem fiscal maior. Mais investimento no arrendamento acessível: ao criar condições mais favoráveis, há espaço para modelos build-to-rent crescerem. Pressão por reabilitação urbana: o incentivo à requalificação de edifícios pode dinamizar zonas centrais e fomentar o uso de património devoluto. Desafio de execução: o êxito depende de bons critérios de aplicação, fiscalização rigorosa e cooperação entre Estado e promotores privados. Risco de distorções: se os tetos e critérios forem mal calibrados, pode haver manipulação de preços para qualificar imóveis ao regime fiscal ou beneficiar intermediários. Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado